Marketing e Assessoria Política: Como Criar uma Estratégia de Sucesso
Em Portugal, estão previstas várias campanhas políticas. Para a Presidência da República e as autarquias locais, em 2021, e para o Parlamento Europeu, em 2024.
O que coloca a assessoria política em destaque, na área de marketing e comunicação.
Aliás, sabe o que faz um eleitor votar num candidato e não em outro? Esta é a pergunta de um milhão de dólares para a maioria dos políticos.
São vários os fatores, que podem contribuir para a eleição e longevidade de um governante num cargo, mas o papel do assessor político é fundamental. Este profissional é o elo de ligação entre o político e a população.
O cargo de assessor político é, geralmente, ocupado em partidos políticos, na Assembleia da República, em ministérios, câmaras municipais, gabinetes de administração pública ou agências de marketing e comunicação.
O que é Assessoria Política?
Qualquer candidato ou governante tem necessidade de ter uma equipa de assessoria política. Quer seja um ministro, secretário de estado, presidente de câmara, vereador, deputado, funcionário público ou membro de um partido político.
O gabinete de campanha reúne um núcleo de profissionais especializados, ao nível de consultoria política, apoio jurídico, comunicação e marketing. Este tem por objetivo delinear a estratégia e o plano de ação, identificar os melhores conteúdos e canais para alcançar os objetivos, assim como, assegurar o contacto com o seu público alvo.
Este é um ponto importante, já que todos os públicos contribuem para a reputação e notoriedade do candidato. Tanto os eleitores, como os jornalistas, os membros do partido, os deputados ou os responsáveis de instituições públicas.
O assessor político é, por isso, a peça-chave para que o representante político consiga construir uma boa reputação e visibilidade no meio político e nos media. Mas também saber como atrair o interesse e persuadir os eleitores.
O que pode ser um grande desafio, tendo em conta os partidos concorrentes, o escrutínio dos media e a velocidade com que as notícias (verdadeiras e falsas) circulam na internet.
O assessor político é o grande responsável pela elaboração de discursos, gestão de entrevistas e de informação para os media, estratégia de conteúdos e gestão de crise, entre outras áreas de influência.
Como tal, este profissional tem de conhecer o contexto sócio-político e económico, a legislação em vigor, bem como ter competências específicas de marketing, comunicação política, media training, estratégia, marketing digital, cidadania e espaço público.
Marketing e Assessoria Política: 6 Dicas para Criar uma Estratégia de Sucesso
1. Desenvolver uma boa estratégia e plano de comunicação
A definição de objetivos, de uma estratégia para alcançar as metas a atingir e de um plano de comunicação é fundamental em marketing político.
Quem trabalha em consultoria política tem de saber antecipar cenários, planear todas as etapas, criar conteúdos impactantes, desenvolver ações online e offline, identificar os melhores canais de comunicação, preparar um plano de crise, interagir com os eleitores, bem como, preparar o candidato para falar em público e nos media.
Como tal, o assessor político deve conhecer quais são os públicos de interesse, que podem influenciar a campanha ou o bom nome do candidato ou representante político.
Este profissional é, ainda, responsável pela análise dos resultados, de forma a identificar os pontos fortes e os aspetos menos positivos, após o final de cada campanha.
2. Criar um bom discurso é fundamental
A preparação do discurso é essencial para um candidato político. Quando este tem o poder de comunicação, consegue captar a atenção e persuadir a audiência, obtendo o seu apoio.
Além disso, hoje em dia, a maioria dos discursos são partilhados nos media e nas redes sociais, o que pode ter um enorme impacto na reputação do político.
O domínio da escrita persuasiva e de técnicas de apresentação oral são ferramentas imprescindíveis para um consultor político. Este deve definir as mensagens chave a transmitir, em cada etapa do plano de comunicação.
É preciso saber aconselhar o político, não só ao nível do conteúdo, mas também da melhor forma de transmitir a mensagem da campanha. O que inclui o tom e as inflexões de voz, a linguagem corporal, a imagem pessoal e a forma como este se move no palco ou se apresenta no ecrã.
Um dos maiores desafios do assessor político é saber adaptar a linguagem do discurso ao estilo, valores e ideias do candidato.
O que implica conhecer bem os projetos e os ideais que este defende, bem como o perfil do público para o qual se vai dirigir.
O político é a própria marca, pelo que é necessário manter a coerência na comunicação, em todos os momentos.
3. Apostar em Media Training
O assessor político desempenha uma função importante no apoio do candidato, preparando-o para o papel de porta voz.
Os governantes têm de estar preparados para falar com os jornalistas e dar entrevistas. Mas também conhecer quais são as especificidades de cada media, quer seja imprensa, rádio, televisão ou digital.
Enquanto consultor, este deve saber aconselhar o político ao nível da imagem; de quais são as mensagens chave a transmitir; de saber como se deve comportar em contexto de televisão e fotografia (postura corporal); e o que pode influenciar (positiva ou negativamente) as entrevistas.
As ações de media training providenciam os recursos indispensáveis na preparação dos candidatos para falar com os jornalistas.
Esta formação ajuda, ainda, o político a compreender o que é notícia, como funciona a dinâmica com os jornalistas e como se deve comportar em entrevistas.
O media training deve também preparar o porta voz para os diversos cenários políticos, dos mais favoráveis aos mais críticos.
4. Investir na produção de conteúdos
Na assessoria de imprensa política são enviados comunicados de imprensa, organizados encontros com a comunicação social, assim como negociadas entrevistas nos media.
No entanto, tudo o que o governante faz pode ser notícia.
O consultor político deve saber o que pode chamar a atenção dos jornalistas e ser alvo de notícia. É preciso analisar se os eventos planeados e os projetos que o candidato apoia têm potencial mediático.
Outro dos recursos de comunicação são os próprios canais da campanha ou do partido, como o website e as redes sociais.
O assessor pode criar vídeos para o YouTube, redigir artigos para o blog corporativo, fazer campanhas no Facebook, anunciar as novidades de campanha no Twitter, emitir lives no Instagram e estabelecer contactos com grupos profissionais, empresas e associações no LinkedIn.
O marketing de conteúdo é uma ferramenta poderosa na promoção de campanhas, veiculação de mensagens chave e aumento de notoriedade.
Através de técnicas persuasivas e do storytelling, o assessor político pode cativar a audiência e despertar emoções, através da sua capacidade para contar histórias relevantes.
A função de produtor de conteúdo é essencial para captar a atenção e o interesse do público, bem como manter uma presença constante e ativa do candidato.
Este profissional deve também segmentar a informação, de acordo com a especificidade do canal e o público para o qual se dirige.
5. Utilizar ferramentas de Marketing Digital
Além das redes sociais e do website oficial, saiba que existem outros recursos de marketing digital.
O email marketing e o SMS marketing são ferramentas úteis para a divulgação das campanhas eleitorais e iniciativas partidárias. O que significa ter uma base de dados de contactos atualizada e em conformidade com a legislação europeia do RGPD.
O consumo de informação também mudou. Em Portugal, existem 8.52 milhões de utilizadores de internet, ou seja 82% da população. E dos sete milhões de usuários ativos nas redes sociais, 97% acede através do telemóvel. (Fonte: The Global State of Digital, Janeiro 2020, We Are Social/Hootsuite)
Apesar da televisão ainda ser o dispositivo mais utilizado pela população adulta (96%), o uso telemóvel está muito próximo (94%), seguindo-se o computador (67%).
Como tal, a experiência mobile (User Experience e User Interface) é fundamental. O que inclui apostar em sites responsivos e mobile first, bem como em conteúdos adaptados para telemóvel.
6. Preparar um Plano de Gestão de Crise
Outro ponto importante a considerar, é contratar um serviço de monitorização de media e de redes sociais para saber o que está a ser publicado e comentado sobre o candidato.
Se desconhece o que está a ser dito, como é que pode analisar o seu impacto e reagir de imediato?
O assessor político deve estar devidamente preparado para enfrentar crises, já que no meio digital as figuras públicas estão sujeitas a situações delicadas, comentários negativos e fake news (notícias falsas).
E, mesmo que a situação não envolva o nome do político, a sua imagem pode ser envolvida, por questões partidárias ou por associação a projetos ou causas específicas.
Para tal, o assessor deve criar um plano de gestão de crise, que identifique possíveis cenários críticos, quais são os procedimentos a adotar, bem como preparar o porta voz para saber lidar com o problema e o que este deve (ou não) dizer publicamente.
As ações de media training são muito eficazes neste contexto.