Imagine o seguinte cenário: passou semanas a preparar um anúncio de uma reforma política crucial e os briefings estão prontos, o timing mediático foi estudado e a mensagem-chave está polida.

O dia do anúncio chega e às 9h00 da manhã, um vídeo antigo, descontextualizado, ressurge no X (antigo Twitter).

Às 10h00, o ciclo noticioso já não é sobre a sua reforma, é sobre a “polémica do minuto”. Todo o seu planeamento estratégico foi em vão e o resto do seu dia não será passado a construir a mensagem, mas sim “apagar o fogo”.

Esta é a nova realidade da comunicação política.

A questão que se coloca é: Será que ainda é possível fazer “Comunicação Estratégica” ou essa realidade tornou-se apenas na “Gestão de Crise”?

O Domínio do “Imediato”

O domínio do “imediato” mudou as regras do jogo. A estratégia, como a conhecíamos, pressupunha um certo controlo da agenda. Definíamos a mensagem, escolhíamos o canal (o telejornal das 20h ou a primeira página do jornal, por exemplo) e controlávamos o ritmo.

Hoje, a agenda é descentralizada, caótica e definida por algoritmos que recompensam a indignação e a emoção, não a ponderação.

Por outro lado, passa-nos despercebido como isto mudou o perfil do próprio assessor. A competência mais valorizada deixou de ser a visão a longo prazo, mas sim a velocidade de reação.

O assessor de topo não é, apenas, quem escreve o melhor discurso, mas quem produz uma contra-resposta mais rápido. É quem consegue redigir o tweet de resposta em 30 segundos, antes que a narrativa da oposição se cimente.

A Estratégia Morreu?

Se passamos 90% do nosso tempo a reagir ao caos, quando é que temos tempo para liderar a conversa?

A estratégia não morreu, apenas mudou de forma. Tornou-se, paradoxalmente, mais importante do que nunca.

Na era do caos, a estratégia deixou de ser um plano fixo, passou a ser uma estrutura adaptativa.

Um plano fixo destrói-se ao primeiro impacto, uma estrutura adaptativa permite ao político ser atacado por uma polémica, combatê-la eficazmente e regressar ao seu estado normal o mais rápido possível.

Gerir o Caos é a Nova Estratégia?

A verdadeira comunicação estratégica hoje não é sobre evitar o caos, isso é impossível. É sobre construir uma marca tão robusta que o caos não a defina.

Hoje em dia, não basta ter conhecimento sobre política. É preciso dominar a psicologia das redes (o que torna algo viral?), a análise de dados (de quem vem este ataque?), a gestão de crise (como desmentir a polémica sem lhe dar mais oxigénio?) e o branding narrativo (como é que esta polémica se encaixa na nossa “história”?).

Quer apenas assistir ao caos digital, ou prefere ter as ferramentas para o decifrar?

A Comunicação Política entrou numa nova era de complexidade, onde a psicologia social, o marketing digital e a estratégia pura se unem.

A Pós-Graduação em Assessoria Política e Comunicação Estratégica foi desenhada exatamente para responder a esta realidade.

O nosso objetivo é com metodologia prática construir narrativas fortes, dominar as ferramentas digitais e transformar a complexidade da crise numa oportunidade estratégica.