A Inteligência Artificial: o génio saiu da lâmpada
A evolução da tecnologia é exponencial e está de tal forma acelerada que tropeçamos a toda a hora em novos equipamentos, soluções, ferramentas, modos de fazer diferentes. Atualmente, toda a atenção está concentrada na Inteligência Artificial (IA).
Ubiquidade da Inteligência Artificial
Dificilmente passamos um dia, até umas horas, sem que nos deparemos com a evidência da presença da IA. A abrangência do seu uso e da sua menção é tal, que no smartphone que não largamos, no computador em que trabalhamos, na televisão onde vemos programas, séries, filmes, nos eletrodomésticos, na iluminação da casa, no carro, nas compras, em praticamente tudo está subjacente a Inteligência Artificial, com a sua aprendizagem. A novidade mais recente é que esta ubiquidade passou a ser ostensivamente anunciada.
Opacidade da Inteligência Artificial
Por outro lado, passa-nos frequentemente despercebida a contribuição que damos para alimentar a fonte de dados que está subjacente à aplicação e desenvolvimento de IA. De cada vez que usamos o smartphone ou o GPS, ou que simplesmente circulamos por uma smart city, estamos a alimentar a IA. Os nossos movimentos, pensamentos, ações, omissões, escolhas estão a ser registados e usados para nos conhecer, melhor do que nos conhecemos a nós próprios, para nos dar a conhecer a terceiros e para ajudar a IA a conhecer países, povos, a Humanidade. É como se estivéssemos em frente de um vidro espelhado, opaco. Passamos tendo consciência de que não vemos para dentro, sem consciência de que somos vistos de dentro.
Automação e Internet das Coisas (IoT)
Com o hype que estamos a viver, pode facilmente suceder que o que nos é apresentado como “tendo” IA, pode efetivamente não a ter. Podem estar em causa simples automatismos, sem machine learning (as máquinas a aprenderem “sozinhas”). Pode haver sensores integrados em bens, edifícios, roupa, praticamente em todo o lado que “só” acionam algo. Um sensor de movimento que faz disparar um alarme poder ter, ou não, subjacente um sistema de IA. Só estando os sensores ligados entre si e à internet (Internet das Coisas – IoT) e sendo os dados recolhidos usados para o sistema melhorar o seu “conhecimento”, haverá IA. Poderia acontecer em relação ao tipo de movimento, se os dados fossem usados, por exemplo, para melhor distinguir animais domésticos (que devem ser desconsiderados) e intrusos.
Inteligência Artificial Generativa
Em novembro de 2022, uma mudança estrutural aconteceu e, com uma rapidez ainda mais estonteante, milhões de pessoas, por todo o mundo passaram a informar-se, a gerir a sua vida e a interagir com o mundo de uma maneira substancialmente diferente. Foi nessa altura que a OpenAI disponibilizou gratuitamente ao público o seu chatGPT, convidando ao seu uso generalizado. A humanidade não se fez rogada e embarcou numa nova fase em que, sem dar por isso, a sua principal função passou a ser ensinar os LLM (Large Language Models). Tal e qual como se ensinam as crianças, perguntando, recebendo a resposta, corrigindo, voltando a perguntar, mostrando informação diferente, voltando a perguntar, corrigindo e assim sucessivamente, até ao infinito e mais além. Com as significativas diferenças de que estamos a ensinar máquinas, muito maiores e mais resistentes que nós e de que os alunos têm, em simultâneo, milhões de professores e conseguem aprender de todos e, também, de si próprios.
Dois anos passados, muitos de nós já vivem “através” dos GPT (Generative Pre-Trained Transformer) que, rapidamente estão a substituir, ou ainda a co-existir, com motores de busca, Wikipédia, blogs e sites, apps. Já começa a ser frequente, antes de se fazer o que quer que seja, se pergunte a um GPT.
Sou humana e (ainda) sei escrever
Por incrível que pareça, este artigo foi escrito por mim, sem recurso a nenhum chatbot, nem a nenhum agente de Inteligência Artificial. É uma espécie de prova de vida, de demonstração de que ainda é possível fazê-lo. É, também, prova de que gosto de escrever e posso fazê-lo como e quando quiser. Até sem eletricidade, sem computadores e sem internet. É, ainda, prova de que se tivesse usado os prompts adequados e usado um chatbotmuito básico, tinha conseguido obter um resultado semelhante, num décimo do tempo.
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A Pós-Graduação “Inteligência Artificial: que desafios e oportunidades?” vem responder às questões mais importantes que a utilização generalizada de tecnologia nos coloca, num programa totalmente multidisciplinar, que inclui Medicina, Engenharia, Física, Psicologia, Direito, Ética e Biotecnologia.
Identificar desafios, apresentar e proporcionar o uso de ferramentas (especialmente de IA Generativa) e perspetivar oportunidades são os nossos principais objetivos.
Está nas nossas mãos, seres humanos, desenvolver e aplicar a IA a nosso favor para, em conjunto, chegarmos mais longe, melhores e mais realizados. A escolha é sua. Quer ficar a ver passar o comboio inteligente, ou entrar e participar?